Depois de 24h de plantão, você não quer pensar.

Só quer chegar em casa, comer algo que conforte, dormir.

Na mente, uma frase sutil:

“Eu mereço.”

E é verdade: você merece descanso, reconhecimento, dignidade.

Mas o que vem depois?

  • Um pedido de delivery caríssimo

  • Uma compra por impulso no meio da madrugada

  • Um presente para compensar a ausência

  • Uma viagem parcelada no calor da frustração

  • Um “sim” automático para mais um plantão que você não queria

Tudo isso tem um custo financeiro real.

Mas tem um nome anterior: cansaço emocional.

Médicos cansados tomam decisões ruins com o dinheiro

Não por ignorância.

Mas porque estão no limite.

E no limite, o cérebro busca alívio — não lógica.

A exaustão constante rouba:

  • O discernimento

  • A visão de longo prazo

  • A paciência de planejar

  • A força para dizer “não”

  • A energia para organizar

A desorganização financeira muitas vezes não é descuido.

É um reflexo de um sistema de vida que te esgota.

Exemplos reais de decisões emocionais disfarçadas de “autocuidado”

  • Comprar o carro do ano como fuga do burnout

  • Aceitar um plantão mal pago só para “não parar”

  • Gastar no cartão como compensação pelo isolamento

  • Dar presentes caros como desculpa por não estar presente

  • Investir sem estudar, com medo de “ficar pra trás”

A emoção toma o volante — e a conta chega.

Como interromper esse ciclo?

  1. Reconheça: você não é fraco por se sentir esgotado.

  2. Separe os papéis: não misture dinheiro com culpa ou carência.

  3. Crie pausas para pensar financeiramente com clareza (fora da exaustão)

  4. Tenha um plano fixo e automatizado — para que nas horas difíceis, ele funcione no seu lugar

  5. Cultive rotinas emocionais de proteção, como o silêncio antes de comprar

Conclusão

A saúde financeira começa com a saúde emocional.

E o médico que vive no limite emocional acaba operando mal o próprio dinheiro.

Você cuida de tanta gente.

Mas quem cuida das suas decisões quando você está cansado?

A conta do emocional é invisível — até que ela vira dívida, frustração ou prisão disfarçada de conforto.