Para quem está começando a investir, é comum a dúvida entre as opções mais simples e acessíveis do mercado. A poupança é a mais tradicional, o Tesouro Direto é indicado como porta de entrada, e o CDB aparece com frequência nas plataformas de bancos e corretoras.
A pergunta é: qual deles realmente vale a pena para quem está começando e quer segurança?
A resposta depende de três critérios essenciais: rentabilidade, risco e liquidez.
Poupança
O que é:
Aplicação tradicional oferecida por todos os bancos. O rendimento é automático e livre de imposto de renda.
Rentabilidade:
Hoje, a poupança rende 70% da Selic + TR (que atualmente é praticamente zero) quando a Selic está abaixo de 8,5% ao ano. Com a Selic acima disso, rende 0,5% ao mês + TR.
Na prática, isso dá algo em torno de 6% a 7% ao ano, dependendo da Selic, o que quase empata com a inflação.
Risco:
Muito baixo. Conta com a garantia do FGC (até R$ 250 mil por CPF e instituição financeira).
Liquidez:
Boa, mas com um detalhe importante: o rendimento só é creditado a cada 30 dias corridos da aplicação, no chamado "aniversário da poupança". Se você sacar antes, perde os juros do período.
Conclusão:
É segura, mas tem rendimento fraco e perde da inflação no longo prazo. Serve como porta de entrada para quem ainda não entende nada, mas deve ser substituída por opções melhores assim que possível.
Tesouro Direto (Tesouro Selic)
O que é:
Programa do governo que permite ao cidadão comprar títulos públicos pela internet. O mais recomendado para iniciantes é o Tesouro Selic, pois tem liquidez diária e baixo risco.
Rentabilidade:
Acompanha a taxa Selic, hoje acima de 10% ao ano. Isso significa que ele costuma render mais do que a poupança, mesmo após o desconto do imposto de renda.
Risco:
Muito baixo. É considerado o investimento mais seguro do Brasil, pois o emissor é o próprio governo federal.
Liquidez:
Diária. O investidor pode vender o título a qualquer momento e recebe em até 1 dia útil.
Imposto:
Sim. Segue a tabela regressiva do imposto de renda sobre os rendimentos, começando em 22,5% (para até 180 dias) e chegando a 15% (após 720 dias). Ainda assim, rende mais que a poupança.
Conclusão:
É a melhor opção de entrada para quem quer segurança, rendimento superior à inflação e liquidez. Ideal para reserva de emergência ou investimentos de curto e médio prazo.
CDB (Certificado de Depósito Bancário)
O que é:
Um título emitido por bancos para captar dinheiro de investidores. Você empresta seu dinheiro ao banco e recebe de volta com juros.
Rentabilidade:
Varia de acordo com o banco e o tipo de CDB. Alguns oferecem 100% do CDI (o que equivale a quase a mesma rentabilidade da Selic). Bons bancos médios chegam a oferecer 105% ou até 110% do CDI.
Risco:
Baixo, desde que o CDB tenha garantia do FGC. Evite bancos que não sejam cobertos por esse fundo.
Liquidez:
Há dois tipos:
- CDB com liquidez diária (pode sacar a qualquer momento)
- CDB com vencimento (só pode sacar no final do prazo acordado)
Imposto:
Sim, segue a mesma tabela regressiva do Tesouro Direto.
Conclusão:
É uma ótima opção para quem encontra bons CDBs com liquidez diária. Pode render igual ou até mais que o Tesouro Selic, com segurança semelhante. Exige atenção para escolher bem.
Comparativo direto
Característica |
Poupança |
Tesouro Selic |
CDB (100% CDI ou mais) |
Rentabilidade |
Baixa |
Média a boa |
Média a alta |
Risco |
Muito baixo |
Muito baixo |
Baixo (com FGC) |
Liquidez |
Baixa (30 dias) |
Alta (D+1) |
Alta se for liquidez diária |
Imposto de Renda |
Não |
Sim (tabela regressiva) |
Sim (tabela regressiva) |
Ideal para |
Iniciantes absolutos |
Reserva de emergência |
Reserva ou objetivo de curto prazo |
Conclusão
Entre as três opções, a poupança é a mais simples, mas também a menos vantajosa. O Tesouro Selic e os CDBs de liquidez diária são mais rentáveis, tão seguros quanto, e oferecem liquidez adequada para quem está começando.
O mais importante é que o investidor entenda o produto, saiba o motivo da escolha e use essas opções como base para construir segurança e ganhar confiança antes de partir para investimentos mais complexos.